Jardim das Oliveiras

"...Terminada a oração, acompanhada em religioso silêncio por parte dos discípulos,
Jesus se retirou em companhia de Simão Pedro e dos dois filhos de Zebedeu para o Monte das Oliveiras,
onde costumava meditar."

domingo, 30 de maio de 2010

Livro Nosso Lar - Francisco Xavier

"...A ciência de recomeçar é das mais nobres que nosso espírito pode aprender. São muito raros os que a compreendem na crosta. Lembremos, contudo, o exemplo de Paulo de Tarso, que voltou, um dia, ao deserto para recomeçar a experiência humana, como tecelão rústico e pobre. (Laura, cap. 25, pág. 139)"

sábado, 29 de maio de 2010

Jesus no Monte das Oliveiras

"...Terminada a oração, acompanhada em religioso silêncio por parte dos discípulos, Jesus se retirou em companhia de Simão Pedro e dos dois filhos de Zebedeu para o Monte das Oliveiras, onde costumava meditar. Os demais companheiros se dispersaram, impressionados, enquanto Judas, afastando-se com passos vacilantes, não conseguia aplacar a tempestade de sentimentos que lhe devastava coração.
O crepúsculo começava a cair sobre o céu claro. Apesar do sol radioso da tarde a iluminar a paisagem, soprava o vento em rajadas muito frias.Daí a alguns instantes, o Mestre e os três companheiros alcançavam o monte povoado de árvores frondosas que convidavam ao pensamento contemplativo.
Acomodando os discípulos em bancos naturais que as ervas do caminho se incumbiam de adornar, falou-lhes o Mestre, em tom sereno e resoluto:
Esta é a minha derradeira hora convosco! Oral e vigiai comigo, para que eu tenha a glorificação de Deus no supremo testemunho!
Assim dizendo, afastou-se, a pequena distância, onde permaneceu em prece, cuja sublimidade os apóstolos não podiam observar. Pedro, João e Tiago estavam profundamente tocados pelo que viam e ouviam. Nunca o Mestre lhes parecera tão solene, tão convicto, como naquele instante de penosas recomendações.
Rompendo o silêncio que se fizera, João ponderou: Oremos e vigiemos, de acordo com a recomendação do Mestre, pois, se ele aqui nos trouxe, apenas nós três, em sua companhia, isso deve significar para o nosso
espírito a grandeza da sua confiança em nosso auxílio.
Puseram-se a meditar silenciosamente. Entretanto, sem que lograssem explicar o motivo, adormeceram no decurso da oração.
Passados alguns minutos, acordavam, ouvindo o Mestre que lhes observava: Despertai! Não vos recomendei que vigiásseis? Não podereis velar comigo, um minuto?
João e os companheiros esfregaram os olhos, reconhecendo a própria falta.
Então, Jesus, cujo olhar parecia iluminado por estranho fulgor, lhes contou que fora visitado por um anjo de Deus, que o confortara para o martírio supremo. Mais uma vez lhes pediu que orassem com o coração e novamente se afastou. Contudo, os discípulos, insensivelmente, cedendo aos imperativos do corpo e olvidando as necessidades do espírito, de novo adormeceram em meio da meditação. Despertaram com o Mestre a lhes repetir:
Não conseguistes, então, orar comigo?
Os três discípulos acordaram estremunhados. A paisagem desolada de Jerusalém mergulhava na sombra.
Antes, porém, que pudessem justificar de novo a sua falta, um grupo de soldados e populares aproximou-se, vindo Judas à frente.
O filho de Iscariotes avançou e depôs na fronte do Mestre o beijo combinado, ao passo que Jesus, sem denotar nenhuma fraqueza e deixando a lição de sua coragem e de seu afeto aos companheiros, perguntou:
Amigo, a que vieste?
Sua interrogação, todavia, não recebeu qualquer resposta. Os mensageiros dos sacerdotes prenderam-no e lhe manietaram as mãos, como se o fizessem a um salteador vulgar..."